Friday, May 21, 2010

O traficante e sua arma de fazer furos na parede, a furadeira de parede!

Neste dia 19, quarta feira, foi morto, Hélio Parreira Ribeiro, na varanda de sua casa na favela do Andaraí, zona norte do Rio, por um oficial do BOPE que o confundiu com um traficante, estava com uma furadeira na mão que foi confundida com uma arma.
Bom, quem acompanha o trabalho das policias, os noticiários, quem se interessa pelo treinamento militar das policias, treinamentos táticos, que a cada dia avança disparadamente em termos de qualidade no Brasil, sabe do treinamento exaustivo das policias, para executar uma boa atuação à não exposição alheia da vida do civil, policial em primeiro lugar é para zelar pela sua própria vida e pelas vidas dos civis, depois colocar bandido na cadeia, eu acho que um bom policial tem que saber diferenciar um bandido, um traficante, um marginal, de um civil trabalhador e honesto, porém devemos levar em conta, que apesar de um bom programa de treinamento, o sujeito policial também é um ser humano, também sente medo, também se engana às vezes, na favela o inimigo (traficante) tem poder de fogo igual ou superior da policia, conhece melhor o território, afinal ele vive lá, tem melhor visão, eles também usam de estratégias e por quase sempre estar na parte superior do morro tem maior campo de visão, o policial treinado está ali cumprindo suas ordens em mais um dia de trabalho, isso não o torna um robô, ele ama sua família, ele quer voltar pra casa a salvo, se por medo da bala do fuzil do bandido o impedir de voltar pra casa, ou não, não tem como saber, nessas horas é melhor não arriscar, na duvida, é melhor neutralizar a ameaça. Como um conhecido que é agente da Policia Federal uma vez disse, não existe o termo matar, e sim neutralizar, desde que os tiros parem de vir do alto do morro onde se encontrava o marginal e não mais ofereça perigo a mim e a minha equipe e os civis a nossa volta, não importa se meus tiros o mataram, o feriram ou se ele simplesmente fugiu com medo, se os tiros em nossa direção cessaram o dever por hora, está cumprido.
Não tenho como ter uma posição definitiva nem em relação ao policial, quanto ao civil, pode ter sido erro grotesco do policial, que poderia ter sido evitado, ou então uma atitude desesperada, de reação, policial também é humano.
Mas há sim, um problema inerente à maneira de pensar de alguns policiais, que acham que todos que vivem na favela são marginais, mesmo sabendo que não são, é como um preconceito disfarçado, uns usam para sua própria proteção, afinal ali é o campo de batalha, o campo de guerra.
Diferente do policial, político adora favela, e que beleza, quantos reais gastos em campanhas nas favelas, arrastando os votos dos desesperados, que vivem na pobreza, que desviam de balas perdidas, que vivem entre o fogo cruzado, policia vs traficante, não importa de qual lado a bala vem, se acerta o efeito é o mesmo, e no mesmo meio, há também trabalhadores, Mães, Pais, que trabalham pra colocar a comida na mesa de suas casas, esses que devem ser respeitados e protegidos pela policia, às vezes acabam sendo alvo indireto das duas partes, seguros ou não, os políticos sabem que 20% dos votos vem da favela. O que posso eu dizer? Ao meu ponto de vista, fatalidade.
Seria pior deixar a favela, e por conseqüência a sociedade nas mãos dos traficantes, isso sim seria uma fatalidade, talvez acabassem de vez com o pouco de paz que nos resta, PARABENS A TODOS OS AMIGOS POLICIAIS PELO ARDUO TRABALHO DO DIA A DIA! Abraços.

André Sant.