Tuesday, July 27, 2010

Quando na cama não passamos de cachorrinhos e quando deixamos de se-lo!

Lembro-me, quando a conheci, ainda era outono, o tímido sol fazia a pele dela refletir uma luz intensa, e os cabelos uma luz tremeluzente.
Ela me trouxe de volta a minha natureza adormecida, a experiência mais sutil que consigo me lembrar, Eu era tântrico e não sabia!
Estávamos sentados frente a frente mirando-nos olhos nos olhos, enamoradamente, era um olhar doce que pudera despir o momento com ingenuidade.
Nossa fisionomia de felicidade era totalmente envolvente, por vezes passávamos as mãos no rosto e nos cabelos um do outro, e assim ficamos por longo tempo, não tínhamos pressa, éramos expectadores e ao mesmo tempo o próprio enredo.
Num dado momento ela ergueu os quadris ficando de joelhos e deixou seu vestido escorregar levemente pelos seios e descer cintura a baixo, até a relva. Fiz o mesmo, despi-me da mesma forma, abracei-a pela cintura recostando ternamente meu rosto em seu ventre com os olhos semicerrados. Nesse momento tive certeza que não éramos animais sedentos por sexo, e sim seres espirituais, fazendo Amor, trocando energia da maneira mais intensa possível. Ela então sorriu pra mim, retribuí o sorriso, chegando bem perto nos envolvemos em um largo abraço no qual pude sentir a fragrância dos nossos corpos, emanando fluídos corporais de desejo. Permitimo-nos brincar, fazer caretas, dar risada.
Num dado momento nossos hormônios chegaram a um nível que requeriam outro tipo de carícias. Ela montou sobre mim, olhou-me profundamente, inclinou-se e tocou com os seios em meio peito que começava a arfar. Tocou com seus lábios nos meus e ambos demos inicio a mais bela cena de amor e arte da qual posso me recordar.
Os movimentos dos nossos corpos eram de uma fluidez e ritmo que me fizeram recordar as ondulações de um rio, realmente era uma descoberta, pois nunca havia pensado nessas coisas nesses momentos antes desse dia, movimentos suaves, mas, ao mesmo tempo, poderosos.
Ela emitia uns gemidinhos tão doces que ainda ecoam em minha memória e me encantam a alma. Queria que aquela cena jamais terminasse, foi ai que descobri esse lado tântrico, que horas havia deixado fluir intuitivamente, sem saber.
Não queria reproduzir, começar e terminar objetivando o final, como os animais fazem, rapidamente, em silêncio, mas, conversávamos suavemente, riamos e nos olhávamos nos olhos quase o tempo todo.
Um determinado momento acabou, mas foram horas depois.
Passei o dia com um tato mais apurado, parece que as cores estavam mais vivas, aquela sensação de ingenuidade ainda jazia dentro de mim, bem estar, não a sensação de cansaço ou liberação de energia quando se faz sexo, mas uma felicidade imensa de quando se faz amor de verdade.

Por: André Sant.