Saturday, October 09, 2010

Ophelia amou-me durante quinze meses e onze contos de reis, nada mais, nada menos.

Ela tenta insulta-lo chamando-o de burro por não ter um certificado de cavalos, porém ele vive nas montanhas por ser um lobo. Como seria viver trancado com cavalos inferiores e superiores nas cocheiras? Ophelia nunca soube a real intensidade do meu amor. – Mas então quem é que está doido?
Sobre essas coisas e muito mais, tem ele certeza, de que não participa de corridas de cavalos, bois, aves, insetos e adjacentes.
Ele não gosta de ver correr cavalos, nem touros, ele gosta de ver correr o tempo e as coisas, só isso, às vezes corre também atrás da sorte grande.
No fundo não se importa por àqueles que torcem fervorosamente a favor como se ele fosse um time, ou por àqueles que o querem enterrado a 14 palmos ao fundo da terra.
Talvez por isso, cabe a ele também o poema que Drummond de Andrade dirigi a Machado de Assis:
“Olhas para a guerra, o murro, a facada
Como uma simples quebra da monotonia Universal”
Muitas vezes tendo isso como um espetáculo tedioso, nada que descanse a alma ou a vista, tédio por dentro e por fora.
A única vertiginosa exceção, torrencial da vida, as aventuras! Sim, AVENTURAS. È isso que são para ele! Antes cair das nuvens do que de um terceiro andar, não é mesmo querida?
Por isso muitas vezes ele começa algo imaginando como irá terminar.
Muitas coisas nascem de outras, enroscam-se, desatam-se, confunde-se, perdem-se, e o tempo vai andando sem se perder a si.
E num mundo em que nada é absoluto, não se justifica amar nem odiar, talvez só amar, porque no fundo só restam a indiferença, o ceticismo e, às vezes, a lembrança do passado.
Pra terminar ele vai com Aristóteles, no capítulo dos chapéus. O melhor chapéu é o que vai bem à cabeça, este por hora, não vai mal.
E ainda, ele classifica esse texto, como um texto perecível, de interesse restrito no tempo, pois desgasta-se assim que termina a ocorrência que lhe deu origem.
Obs: A musica, poesia, livros, viagem, arte, me encantam. Acho que sou uma pessoa normal! Com gostos também diria politicamente incorretos, excêntricos como: boxe, artes marciais, etc. Eu diria que pessoas enxergam em mim exatamente o que elas querem enxergar, mas no fundo apenas me considero, um ser humano sensível e inteligente, com a alma de um palhaço romântico, que vive com intensidade, mas fazendo-se rir até mesmo do inferno e do próprio Diabo.

André Sant.